Autoridades locais relataram que ao menos uma pessoa que estava no voo sobreviveu, mas confirmaram que o número de mortos a de 240.
A aeronave atingiu o prédio do alojamento dos estudantes da Faculdade de Medicina B.J., os alunos estavam no refeitório no momento da colisão, informou a Federação das Associações Médicas de Toda a Índia (Faima).
Entre 50 e 60 deles foram socorridos em hospitais, outros três estão na UTI e ao menos quatro ou cinco estão desaparecidos.
O voo, AI171, decolou às 13h39, horário local, do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad, no estado de Gujarat, no oeste da Índia, segundo da Diretoria Geral de Aviação Civil da Índia.
A aeronave tinha como destino o aeroporto de Gatwick, em Londres, e a aterrissagem estava prevista para às 18h25, horário local.
Mas, logo após a decolagem, o avião emitiu um pedido de socorro ao controle de tráfego aéreo (ATC, na sigla em inglês), informaram as autoridades de aviação civil indianas.
“Posteriormente, a aeronave não respondeu aos chamados do ATC. Imediatamente após a decolagem da pista 23, a aeronave caiu em solo fora do perímetro do aeroporto”, afirmou o comunicado.
O avião perdeu o sinal menos de um minuto após a decolagem, conforme dados do rastreador de voos FlightRadar24.
Vídeos mostraram o Boeing 787–8 Dreamliner descendo, antes de desaparecer atrás de prédios e explodir em uma bola de fogo.
Gujarat também é o estado natal do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que foi ministro-chefe do estado de 2001 a 2014.
Ao menos 290 pessoas morreram após a queda do avião da Air India, informou à CNN um médico sênior do Hospital Civil de Ahmedabad, para onde a maioria dos mortos e feridos foi levada.
Entre os mortos estão ageiros do voo e pessoas que estavam dentro do alojamento do BJ Medical College and Hospital -- a aeronave caiu em cima do edifício.
Um policial informou a repórteres que cerca de 265 corpos foram levados ao hospital civil de Ahmedabad. Além disso, a Air India confirmou que 241 pessoas que estavam a bordo do avião morreram.
Uma pessoa que estava a bordo do avião sobreviveu.
O Hindustan Times identificou o sobrevivente como o cidadão britânico Vishwash Kumar Ramesh e afirmou que ele está recebendo tratamento.
Ramesh pontuou ao Hindustan Times que estava visitando a família e estava retornando ao Reino Unido com o irmão, que estava sentado em uma fileira diferente.
O acidente é o primeiro grande incidente envolvendo um Boeing 787 Dreamliner desde que a aeronave entrou em serviço em 2011, segundo a fabricante.
A Boeing afirmou estar “trabalhando para coletar mais informações” sobre a tragédia.
A fabricante afirmou haver mais de 1.175 aeronaves de ageiros Dreamliner em serviço, representando 2.100 voos por dia.
O analista de aviação Geoffrey Thomas disse à CNN que a Boeing “acabou de comemorar um bilhão de ageiros” em seus 787 Dreamliners.
As ações da Boeing despencaram mais de 7% no pré-mercado desta quinta-feira (12), após o ocorrido.
As ações de muitas outras companhias aéreas também caíram, incluindo a IAG, listada em Londres — controladora da British Airways, das alemãs Lufthansa, United Airlines, American Airlines e Delta Air Lines também recuaram nesta quinta-feira.
A Air India foi comprada pelo conglomerado multinacional indiano Tata Group em 2022 e foi amplamente considerada um retorno histórico.
Originalmente fundada por J.R.D. Tata em 1932, antes de ser nacionalizada em 1953, o acordo marcou o retorno da Air India aos seus proprietários originais após quase 70 anos de controle governamental.
Antes da compra, a Air India era vista como uma companhia aérea em dificuldades e endividada. A empresa presenciou alguns acidentes aéreos raros, porém de grande repercussão, nos últimos anos.
Desde a aquisição pela Air India em 2022, a companhia aérea ou por uma significativa transformação e modernização, buscando atender à crescente demanda da classe média indiana.
O acidente pode ser o mais mortal em todo o mundo desde 2014, quando um jato da Malaysia Airlines foi abatido sobre o leste da Ucrânia, matando todas as 298 pessoas a bordo.
Em 2020, pelo menos 18 pessoas morreram após um avião da Air India Express — uma subsidiária integral da Air India — cair no estado de Kerala, no sul do país, após derrapar na pista.
Em 2018, um Boeing 737 da Air India foi danificado após bater em um muro do aeroporto durante a decolagem. E em 2010, 158 pessoas morreram após a queda de um avião da Air India após ultraar a pista no sul da Índia.
Esses casos levaram as autoridades indianas a aprimorar a segurança e a infraestrutura, mas os desafios permanecem, incluindo o congestionamento do espaço aéreo.
